30 de abril de 2013

SENADO INAUGURA EXPOSIÇÃO SOBRE OS 53 ANOS DE BRASÍLIA

Mostra inclui fotografias da cidade hoje e na época da inauguração, além de jornais, livros e objetos que pertenceram a senadores.

A diretora-geral do Senado, Doris Peixoto (E), durante a inauguração da mostra

A exposição que celebra os 53 anos de Brasília foi aberta ontem na Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho, do Senado. A mostra, que reúne imagens antigas e atuais fornecidas pelo Arquivo Público do Distrito Federal e por seis fotógrafos, é composta de dez painéis que comparam a Brasília da época da inauguração, em abril de 1960, à cidade dos dias atuais. Fotos e citações de autores mostram as transformações que aconteceram na capital ao longo de 53 anos.

Fotografias mostram a capital federal na época da inauguração, em 1960
O evento tem supervisão da Diretoria-Geral, acervo da Secretaria de Informação e Documentação, projeto expográfico da Subsecretaria de Projetos Especiais e execução gráfica do Serviço de Programação Visual.

A diretora-geral do Senado, Doris Peixoto, assinalou que, embora cosmopolita, a capital federal ainda conserva características de cidade pequena. Ela ressaltou “o privilégio de trabalhar num monumento tombado, como o Senado”, e ratificou a preocupação da Casa com a história da ­cidade. Também fazem parte da exposição documentos, livros e periódicos antigos que tratam da transferência da capital do Rio de Janeiro para Brasília, além de objetos de propriedade de senadores e servidores da Casa.

Até 8 de maio, os ­visitantes, além de contemplar a exposição 53 Anos de Brasília, poderão consultar uma seleção de livros que tratam da história da capital.

Participaram da solenidade de abertura da mostra os senadores do Distrito Federal Rodrigo Rollemberg (PSB) e Gim (PTB).

Extraído do sítio Jornal do Senado

LITERATURA INDÍGENA É DISCUTIDA NO SEMINÁRIO DA PAN-AMAZÔNIA NA FEIRA DO LIVRO - Bruna Campos


A literatura indígena na Amazônia foi o tema que norteou o Seminário da Pan- Amazônia, realizado na manhã desta segunda-feira, 29, durante a programação da XVII Feira Pan-Amazônica do Livro. A conferência de abertura foi ministrada pela professora Maria Inês de Almeida, doutora em literatura brasileira, literatura indígena e edição, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Durante o seminário, a professora compartilhou com o público a experiência que ela tem como editora de mais de 500 livros de autoria indígena. “Embora não pareça tão comum e frequente ao grande público, a literatura indígena é extremamente relevante. A forma natural com que eles escrevem os livros nos leva a pensar sobre os movimentos literários no Brasil”, disse.

Segundo ela o movimento literário indígena tem a ver com o que está traduzido nos manifestos. “Os índios não lidam com a metáfora e sim com a metamorfose. E isto nos faz refletir como é que seria viver em um mundo sem metáforas”, completou.

Outra coisa interessante relatada por Maria Inês é o interesse que os índios têm pela leitura desde sempre, já que eles possuíam, ainda antes dos brancos, seus sistemas de escrita. “Por isso seus livros abrem para nós uma nova maneira de encarar a literatura, para além da voz narrativa, do sujeito, da ficção. Ao invés da representação, no sentido da metaforização, temos visto um processo de atuação dos signos, a performance oral desenhada de algum jeito. Isto faz lembrar de que a poesia feita por eles, existe nos fatos, e nas coisas”, completou.

Ainda de acordo com ela, para os indígenas, fazer um livro é tão simples como se fosse fazer um artesanato. “A primeira coisa que eles fazem quando começam a ser alfabetizados é se propor a escrever um livro”, disse.

Sobre os temas abordados pelos índios em seus livros, ela explicou que a maioria das narrativas até agora escritas foi contada pelos mais velhos. “São histórias que se remetem a época em que os bichos falavam com os homens, os mais velhos curavam com plantas, etc”.

Ainda durante o seminário, a palestrante levantou uma discussão. “Por que a literatura indígena pode ser vista hoje no Brasil como vanguarda? Talvez porque, através dela, saibamos como não colocar a escrita no lugar da fala. Porque nos traz de forma cabal o livro como multiplicidade e produz conexões e redes visíveis nas poéticas orais (com os espíritos, por exemplo), mas normalmente desprezadas pela crítica literária mais séria”, finalizou.

Para quem assistiu o seminário, o tema foi extremamente gratificante. “É muito bom conhecer um pouco mais sobre a cultura indígena. Não imaginava que os índios escreviam livros e que a literatura deles era tão rica. Sou paraense e moro no Rio de Janeiro, quando retornar para lá vou fazer questão de espalhar para todos os cariocas essa riqueza literária que nós temos na Amazônia”, disse a enfermeira Claúdia Bellucio, 36 anos.

Extraído do sítio Agência Pará de Notícias

CINEASTA ALEMÃO PREPARA FILME SOBRE O PAPA FRANCISCO

Produtor já teria arrecadado US$ 25 milhões para filmar na Argentina e em Roma.

Cineasta alemão prepara filme sobre o papa Francisco. Crédito: AFP

O cineasta alemão Christian Peschken planeja produzir um filme sobre a vida de Jorge Bergoglio, com o título "O amigo dos pobres: a história do papa Francisco". De acordo com o site americano National Catholic Register (NCR), o filme deve ser filmado na Argentina e em Roma, e já arrecadou US$ 25 milhões de investidores europeus.

Christian Peschken, de 57 anos, que vive nos Estados Unidos, entrou em contato com especialista em Vaticano dos jornais La Stampa e Vatican Insider, Andrea Tornielli, autor de uma biografia sobre Jorge Bergoglio, para pedir conselhos. Se tudo acontecer como previsto, o filme pode estrear em 17 de dezembro de 2014, por ocasião do 78º aniversário do Papa.

"Quando eu o vi na loggia (da basílica de São Pedro, no dia da sua eleição, em 13 de março), eu pensei que esta cena seria perfeita para o final de um filme. A ideia nasceu em mim e não parei de trabalhar desde então", declarou o produtor alemão ao NCR. Christian Peschken é produtor, cinegrafista, diretor e roteirista desde 1974. Seus principais trabalhos foram para o rádio e a televisão alemã.

Ele gostaria da aprovação do Papa, considerando que o filme poderá ser um sucesso internacional, dada a popularidade mundial adquirida por Francisco em apenas um mês e meio de seu pontificado. Pouco depois de sua eleição, o Papa disse à imprensa: "Como eu queria uma Igreja pobre, para os pobres". Muito ligado à humildade, ele não está certo de que gostaria de um filme sobre sua trajetória.

Extraído do sítio Correio do Povo

29 de abril de 2013

MUSEU EM NUREMBERGUE É DEDICADO À CULTURA ALEMÃ


Os exemplares expostos no Museu Nacional Germânico vão de peças da Idade do Bronze até as contemporâneas. Arte, ciência e objetos cotidianos constituem o acervo do maior museu de história da cultura de toda a Alemanha.

A ideia de fundar o museu surgiu há aproximadamente 160 anos, quando o barão Hans von und zu Aufsess resolveu criar um espaço em Nurembergue que reunisse e expusesse testemunhos da cultura e história das "regiões alemãs". No século 19, compreendia-se como "alemães" os territórios nos quais se falava o idioma, como por exemplo a Silésia e a Pomerânia e a área próxima a Gdansk – hoje na Polônia.

O Museu Nacional Germânico tem atualmente características modernas, sendo que suas exposições de maior porte estão sempre ligadas a projetos de pesquisa. Ali estão expostos originais dos primórdios da história até os dias de hoje – desde um cone de ouro da Idade do Bronze até o terno de feltro feito pelo artista Joseph Beuys (1921-1986).

Mosteiro de cartuxos e fórum

O saguão de recepção do museu, aberto e moderno, possui áreas de serviço e uma livraria, que remetem o visitante ao século 21, para depois arrastá-lo com poucos passos de volta ao passado, mais precisamente até o século 14: uma igreja, um claustro e um mosteiro da ordem dos cartuxos constituem o cerne do museu, que abriga hoje grande parte das exposições.

No claustro, painéis afixados nas paredes expõem as regras da vida dos monges cartuxos; do outro lado, lápides lembram nobres e eclesiásticos da cidade. Pequenas plaquinhas apontam para o caminho às salas vizinhas de exposição.

Mostra de arte no Museu Nacional Germânico
Do mundo dos mosteiros da Idade Média, o visitante cai diretamente no século 20. Andrea Langer, diretora cultural do Museu Nacional Germânico, conta como o prédio foi sendo ampliado no decorrer dos séculos. O saguão de entrada foi construído por volta do ano de 1900, em estilo neogótico, sendo hoje usado como entrada secundária.

Em 1993, o grupo de arquitetos de Hamburgo ME DI UM projetou a atual entrada principal do museu – uma construção aberta, arejada, com uma fachada transparente, que harmoniza perfeitamente com a arquitetura do mosteiro medieval.

Também em 1993, o escultor israelense Dani Karavan inaugurou sua Rua dos Direitos Humanos – obra constituída de um portão e 27 pilares arredondados de concreto branco, nos quais estão incrustados os artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos em diversas línguas. A rua liga o Kornmarkt ao muro que circunda a cidade. "Aqui também há uma arquitetura interessante de exposições para ver, que vai do século 14 até hoje", diz Langer.

Museu de enormes proporções

"É fácil se perder dentro deste complexo tão amplo", observa uma visitante, explicando que por isso escolheu previamente o que gostaria de visitar. As exposições possibilitam, de fato, uma visão dos quatro séculos de história e história da arte.

Área do museu: antigo mosteiro
Somente no andar térreo, há oito salas dedicadas aos primórdios da história, com objetos singulares, como por exemplo uma pedra de cerca de 120 mil anos e um cone de ouro suntuosamente ornamentado (usado para cobrir a cabeça de um padre na Idade do Bronze, datado do século 11 a.C.). Frente a esses objetos, um capacete romano usado por volta de 150 d.C. em paradas militares chega a parecer um objeto "recente".

Um andar acima, o visitante se depara com um dos destaques do museu: em 30 salas, há obras de arte e cultura do Renascimento até o Iluminismo. Deste acervo fazem parte pinturas de Dürer, Lucas Cranach, o Velho, e Rembrandt, além de peças artesanais, objetos domésticos, instrumentos musicais e tecidos, além de joias.

A pequena seção vizinha, dedicada à moda, inclui desde roupa de natação até vestidos de gala e chapéus extravagantes, que eram usados na Alemanha entre o séculos 18 e 20. E, no andar superior, encontramos arte, moda e objetos cotidianos do século 20.

Ali há bules de chá com design de Marianne Brandt; uma máquina de café do ano de 1935; modelos de bolsas de mão dos anos 1950 até as esculturas de bronze de Hans Arp – no mais tardar neste momento, o visitante terá chegado ao presente depois de ter conhecido apenas uma pequena parte do Museu Nacional Germânico. E muitos dos visitantes deixam o local pretendendo voltar, para ao menos verem mais uma parte do acervo.

Centro interdisciplinar de pesquisa

"O Museu Nacional Germânico tem por tarefa não apenas resguardar a arte a cultura dos países de língua alemã, mas também pesquisá-las e apresentá-las ao visitante", explica Langer. O museu reúne diversas disciplinas, com destaque para a Idade Média tardia e para o início da Idade Moderna. As exposições permanentes são dedicadas a Renascimento, Barroco e Iluminismo.

Saguão de entrada do museu
"A grande vantagem desta casa é que, em função da diversidade de disciplinas científicas, são desenvolvidos tópicos interdisciplinares de pesquisa. No momento, está sendo conduzido, por exemplo, um projeto intitulado 'Caminhos rumo à Modernidade'. Trata-se de todo século 19, que abarca disciplinas diversas como história da arte, história, etnologia, design, música. De cada uma delas há especialistas que têm algo a contribuir", completa Langer.

O Museu Nacional Germânico faz parte da Comunidade Leibnitz, na qual trabalham 86 instituições científicas, que realizam pesquisas de base. Entre elas estão os "museus voltados para a pesquisa", ou seja, o Museu Alemão (Deutsches Museum), em Munique; o Museu da Navegação, em Bremerhaven, e o único museu histórico-cultural da Alemanha: o Museu Nacional Germânico em Nurembergue.

Extraído do sítio Deutsche Welle

CULTIVO DA MALBEC NA ARGENTINA DOBROU NOS ÚLTIMOS 12 ANOS

No dia 17 de abril foi comemorado, na Argentina e em algumas cidades do mundo, o Dia Mundial do Malbec. Para a comemoração, o Instituto Nacional de Vitivinicultura argentino encomendou pesquisas sobre a uva, e os resultados mostraram que a hegemonia da Malbec está cada vez maior, apesar de o país estar diversificando a oferta e exportando vinhos de outras variedades também. Nos últimos 12 anos, de 2000 a 2012, a superfície de cultivo da uva aumentou 107%.


A febre pela Malbec, e pelos vinhos a que ela dá corpo, é tanta que e algumas vinícolas as exportações chegaram a crescer em taxas entre 20 e 30% ao ano (especialmente nos últimos três anos). Rogelio Rabino, enólogo da Finca Sophenia, afirma que um dos motivos do sucesso é o fato de a Malbec ser uma variedade "muito plástica, capaz de produzir vinhos para todos os mercados".


Extraído do sítio Revista Adega

POETA PEDRO GRANADOS, DO PERU, DESTAQUE NO FLIPOÇOS


Pedro Granados, poeta, escritor e professor peruano, autor entre vários livros da novela “Prepucio Carmesi”, inovando em uma linguagem despudorada e ao mesmo tempo leve. Como acadêmico desenvolve estudos sobre a poesia latino-americana e promove oficinas de criação literária pelo mundo. Sendo o mundo sua casa e seus lugares específicos, o Brasil e o Peru são focos para sua poesia forte. Ele mesmo diz que não é um peruano de vitrine. Sua obra crítica aparece em revistas como notebooks Galdosianos, INTI, Lexis e outras.

Sua tese de doutorado na Universidade de Boston, "Poética e utopias na poesia de César Vallejo", foi transformada no livro “Trilce: húmeros para bailar”, um estudo sobre a poesia do compatriota e está à procura de um editor.

Ele estará no Festival Literário de Poços de Caldas (que acontecerá de 27 de abril a 5 de maio) no dia 2 de maio, às 17:30, no Teatro da Urca, participando da Mesa Literatura Latina - "As influências da literatura Latina Americana no Brasil", ao lado de Manuel Angel Cerda (Argentina), com mediação de Bruno Eliezer Melo Martins.

Pedro Granados atualmente trabalha na Framingham State College (Massachusetts), onde leciona um curso sobre poesia latino-americano contemporâneo - entre outros objetivos - visa traçar uma antologia de poesia que é o mais recente escrito tanto na América Latina e Espanha

Confira a entrevista do autor:

Como o sr. avalia a presença da literatura latino-americana no Brasil?

R: Bom, o termo latino-americano inclui também o Brasil. Se me pergunta sobre a literatura hispano-americana lhe digo, paralelo ao processo de abertura geopolítica brasileira, cada vez mais se conhece, por meio da tradução, um pouco mais da literatura escrita em espanhol. E vice-versa, os hispano-americanos têm tido acesso a boas edições de clássicos modernos como Lispetor, Machado de Assis, Haroldo de Campos, etc.

De onde vem a inspiração para a poesia?

R: Como a todos, de algum momento de epifania que se tem na vida, vem do autodescobrimento, da gratidão de existir, da desalienação política, a sensação de ser amado. Ao escrever, o poeta deixa tudo isso público.

Conhece os autores brasileiros? Quais os seus preferidos?

R: Estou traduzindo João Cabral de Melo Neto e através dele, conhecendo de modo compromissado toda literatura que leu, contemporânea e do passado. Melo Neto é um mediador entre estes dois mundos. Entre a cultura espanhola e portuguesa; entre o culto e o popular; entre criação e crítica. Complexidade que aprecio e emulo para minha própria perspectiva de escritor. Adoro o glamour de Lispector. E a inteligência cabal de Machado de Assis, que ao mesmo tempo une e desagrega, celebra e denuncia, acolhe e despede; cervantino, por certo, e galdosiano também. Enfim, gosto dos poetas jovens brasileiros; mas aqueles bem minimalistas... na contracorrente de certa tradição cartesiana e eloquente. Também a poesia em portunhol de meus próprios alunos da UNILA (Universidade Federal da Integração Latino-americana) onde atualmente trabalho.

O que acha da produção literária atual na área da poesia? 

R: É oceânica, pela abundante proliferação de oficinas, portais na Internet, grupos de jovens se expressando através de revistas. Mas em geral falta depuração. Esta depuração, não implica apenas corrigir as falhas ou equalizar a técnica; sem, sobretudo, depurar ou ler aqueles que assumem a poesia como uma carreira a fundo. Quer dizer, agregando Rilke, aqueles que não conseguem conceber a existência sem ela. Assim simples e brutalmente é a coisa; para não andarmos com outras razões mais atrativas, populistas ou politicamente corretas. 

Poderia falar sobre a literatura peruana?

R: A literatura peruana não são somente Inca Garcilaso de La Vega, César Vallejo ou Mario Vargas Llosa; todos são culturalmente híbridos de memória e da amnésia milenária de sua gente e a cotidianidade. A arte de falar e sobreviver ali, em cima de um cemitério gigantesco e fervente do passado e culturas diversas. Lima, a capital do Peru, tem 4.000 anos. Assim que é uma literatura chamada a seguir sobrevivendo e influindo cada vez mais na região. Neste sentido, não é gratuita sua difusão e gravitação quando foi concedido recentemente ao peruano Mario Vargas Llosa o premio Nobel.

Sua obra é voltada para as questões sociais do seu país?

R: Sim, sem dúvida; ainda que talvez não de uma praxis imediata, documental ou socorrista. Não escrevo como peruano de vitrine nem como um latino-americano maldito. Contra a divisão do trabalho imposto pelo poder internacional, também penso e não só atuo. No nível da criação e na teoria as questões radicalmente sociais são uma tarefa pendente e impostergável dos latino-americanos frente ao mundo.

O sr. acredita que a poesia consegue chegar aos jovens?

R: Muito, a prova atual é efervescência que notamos, por exemplo, na internet. E também de forma geral fusionada pelo Rap, o audiovisual ou a performance.

Está trabalhando em algum livro ou outro novo projeto?

R: Escrevo, de modo simultâneo, poesia e ensaio; e uma mescla destes gêneros – entre outros – que são minhas novelas curtas (Prepucio Carmesí, En tiempo real, Una ola rompe, etc.). Agora mesmo busco editor para “Trilce: húmeros para bailar”, um estudo sobre a poesia de meu compatriota César Vallejo.

O que aproxima Peru e Brasil?

R: A amazônia e agora mesmo, através das estradas transoceânica em plena construção, compartindo o Pacífico e o Atlântico. Quer dizer, a globalização contribui para isso. O porto de Santos é apenas um pouco maior que o de Callo; mas a espontaneidade, alegria e malicia dos que estão ali são basicamente as mesmas. E a cor da pele também é muito semelhante. O andino culturalmente é muito forte; tanto como a herança africana. Esta fusão gravita desde já em classes populares, de fato ou no corpo; e até agora culturalmente só entre as classes menos populares.

Quem são seus poetas preferidos?

R: Os poetas do futuro.

SOBRE O FLIPOÇOS


A 8ª. Feira Nacional do Livro de Poços de Caldas e o Flipoços acontecem de 27 de abril a 5 de maio no Espaço Cultural da Urca - Praça Getúlio Vargas, Sn – centro. A visitação é gratuita e aberta ao público de 27 de abril a 05 de maio. Ingressos gratuitos na sede da GSC Eventos, Ed. Manhattan, R. Prefeito Chagas, 305 sala 308 – Centro. O patrocínio é do Ministério da Cultura, Grupo DME, Correios, Petrobras e Mineração Curimbaba. Apoio cultural: Votorantim Metais, Cerâmica Togni e Auto Omnibus Circullare Poços de Caldas Ltda.

FEIRA DO LIVRO DE SANTA MARIA COMPLETA 40 ANOS

Com a presença do secretário de Estado da Cultura, Assis Brasil, a 40ª edição da Feira do Livro de Santa Maria foi aberta no final da manhã desse sábado (27) e contou com a presença de autoridades e comunidade na Praça Saldanha Marinho. Nesta edição, que ocorre até 12 de maio, os organizadores contabilizaram 111 lançamentos e 241 autores inscritos.

Secretário Assis Brasil ressaltou a maturidade da segunda maior feira do livro a céu aberto do RS

Para Assis Brasil, um evento que possui 40 anos de história tem muito a contribuir com sua experiência. “Aqui a cultura prospera, uma das características de Santa Maria é a qualidade de seus escritores, que honram a literatura brasileira”. O secretário destacou a tradição escolar e universitária do município como fator essencial para que a cultura prospere. “Nesse sentido Santa Maria é exemplo para o país, pois soube aliar o ensino e a cultura. O ensino com sua capilaridade é o melhor veículo de difusão da cultura e da arte. A Vida é breve, mas a arte é longa”, finalizou.

A feira de Santa Maria foi criada em 1963, mas por um longo tempo ficou desativada até que em 1995 um grupo de estudantes de comunicação recuperou o evento. A coordenadora desse grupo foi escolhida como patrona da Feira em 2013: a professora Eugênia Mariano da Rocha Barichelo. Em seu pronunciamento ela falou sobre seu envolvimento com a Feira do Livro. Mencionou quando recebia livros, os carregava e ajuda a vendê-los. “Tenho até hoje em meus guardados as notas que assinei”, referindo-se a grande estima ao evento literário. O reitor da Universidade Federal de Santa Maria, Felipe Müller, agradeceu a organização e destacou que durante 40 anos a Feira do Livro proporcionou cultura para toda a cidade

O prefeito da cidade, Cezar Schirmer, destacou a escolha dos homenageados do evento literário e disse que saudar a Feira do Livro era saudar as universidades do município, referindo-se ao fato de que a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) foi a instituição que promoveu a primeira edição do evento e o Centro Universitário Franciscano também passou a colaborar.

Lançamentos IEL/CORAG foram destaques no primeiro dia de Feira

A Companhia Rio-grandense de Artes Gráficas (Corag) está sempre presente na feira de Santa Maria com seus lançamentos. No primeiro dia de feira os mais procurados foram a obra de Oliveira Silveira e a revista VOX: , que tem distribuição gratuita.


Feira do Livro de Santa Maria
Até 12 de maio – Praça Saldanha Marinho
Domingo a sexta, das 13h às 21 horas; Sábado, das 10h às 21h

O evento é realizado pela Prefeitura Municipal, Câmara do Livro, Cesma, UFSM, Unifra, 8ª Coordenadoria Regional de Educação, Sesc-RS e Sesi-RS.

Extraído do sítio Secretaria da Cultura do RS

A CARREIRA E O FASCÍNIO PELA LITERATURA MARCAM O ENCONTRO COM TONY BELLOTTO - Pablo Almeida

Músico, compositor e escritor, Tony Bellotto falou da carreira, do amor pela literatura e da alegria de participar da Feira Pan-Amazônica do Livro

A carreira de escritor, o processo de criação e o fascínio pela literatura foram temas abordados pelo escritor, músico e compositor brasileiro Tony Bellotto, no Encontro Literário realizado na noite deste domingo (28), no Auditório Dalcídio Jurandir, no Hangar. O bate-papo com Bellotto, um dos “Titãs” do rock nacional, foi uma das atrações da XVII Pan-Amazônica do Livro. Após o encontro, ele participou de uma sessão de autógrafos no Ponto do Autor.

Fãs de todas as idades foram ao auditório Dalcídio Jurandir participar do Encontro Literário com Tony Bellotto
O “Encontro Literário” visa aproximar autores do público. E com a mediação da jornalista Renata Ferreira, a conversa descontraída com Tony Bellotto transcorreu sobre o processo de criação dos seus oitos livros, incluindo três romances policiais, centrados na figura do investigador Bellini, e sobre seu fascínio pela literatura desde a infância, seus autores preferidos, o início da carreira de escritor e sua experiência na literatura policial.

O autor disse que participa com alegria da Feira do Livro em Belém. “A expectativa era a melhor possível, e esse encontro foi ótimo. A Feira é muito legal, muito grande e intensa. Eu adoro essa cidade, e digo que amo Belém mesmo, desde a minha adolescência, quando vim pela primeira vez aqui. Sempre que eu venho é uma oportunidade que gosto de aproveitar. Eu tô muito feliz de estar aqui lançando o meu livro, de estar com meus fãs e também com pessoas que querem conhecer o meu trabalho. É um grande prazer”, afirmou.

Obras - Tony Bellotto iniciou sua carreira de músico nos anos 1980 como guitarrista da banda brasileira “Titãs”, que integra até hoje. Como autor, lançou os livros “Bellini e a esfinge” (1995), “Bellini e o demônio” (1997) e “Bellini e os espíritos” (2005). Ele também escreveu “BR-163: Duas histórias na estrada” (2001), “O livro do guitarrista” (2001), “Os insones” (2007), "No Buraco" (2010)" e “Machu Picchu” (2013), um romance que narra a história de uma família de classe média em crise.

O encontro, que visa aproximar os autores do público, teve a mediação da jornalista Renata Ferreira
“O livro (Machu Picchu) é uma comédia sobre as famílias atuais. É uma família específica, mas que eu espero que quando as pessoas lerem possam se identificar com essa família. Toda família parece ser única, mas quando você vê, todas se parecem muito”, disse Bellotto.

A história, contou, se passa no Rio de Janeiro atual, em um só dia. Membros de uma mesma família ficam presos em um grande congestionamento, mas em lugares separados. “Então, eles começam a pensar e refletir sobre a vida deles. A partir daí se desenvolve toda uma trama, com uma crise de casamento, cenas de prisão, apesar de não ser um livro policial, e até tiro é disparado. É uma comédia com um pouco de tragédia, também, porque quando se fala de família tem um pouco disso”, ressaltou o autor.

Extraído do sítio Agência Pará de Notícias

FEIRA INTERNACIONAL DO LIVRO DE BOGOTÁ HOMENAGEIA SARAMAGO - Leandra Felipe


Bogotá - Portugal é o país convidado da Feira Internacional do Livro de Bogotá (Filbo) deste ano. Em 2012, o convidado ilustre foi o Brasil e, de carona no crescente interesse pela lusofonia, em 2013 os portugueses chegaram à mostra com as obras de Luís de Camões, José Saramago, Fernando Pessoa, Eça de Queiroz e Antonio Lobo Antunes.

Na 26ª edição do evento, que dura 14 dias, são esperados 500 mil visitantes, superando as 415 mil pessoas que visitaram a Filbo em 2012. A feira ocorre até quarta-feira (1º), na capital colombiana. Até lá, Bogotá convive com autores, ilustradores, fado, cinema e comida portuguesa, que é pouco conhecida na cidade.

O tema escolhido pelo país foi Portugal - desde o Meu Idioma Se Vê o Mar. Os 3 mil metros quadrados do pavilhão dedicado aos portugueses convidam a viajar pelo mar de histórias e cores de Portugal.

O escritor e jornalista Francisco José Viegas, um dos organizadores e expositores do pavilhão português, explicou à Agência Brasil que tudo foi pensado para que os visitantes tivessem a sensação de navegar pelo idioma e pela cultura portuguesa. “Pensamos em uma coisa interativa, algo que pudesse fazer com que as pessoas sentissem estar no mar, observando o horizonte”, disse Viegas.

Ele conta que percebe como os colombianos têm se interessado mais pela cultura lusófona. “Eles [os colombianos] estão descobrindo vocês, os vizinhos, e também Portugal”, completou o escritor, que viveu no Brasil por três anos, onde trabalhou como jornalista.

Para Viegas, autor de O Colecionador de Erva e de Longe de Manaus, ambos publicados no Brasil, a aproximação cultural entre o país convidado e o anfitrião por meio da feira sinaliza o interesse econômico entre as partes.

“Há um crescente interesse de empresários portugueses na Colômbia, e os colombianos também têm buscado meios de investir em Portugal. A atração cultural também mostra que o caminho financeiro está sendo construído”, diz.

Portugal participa com 25 escritores e ilustradores e dez personalidades, entre elas Pilar del Río, a viúva de José Saramago, homenageado da feira. Nos corredores da feira, painéis gigantes contam a história de grandes escritores e o reflexo da época em que viveram em suas obras.

As ilustrações expostas atraem as crianças. “Eu não entendo muito o que está escrito em português, mas eu adoro desenhar e gostei muito destes ilustradores”, conta Miguel Felipe Béltran, de 12 anos, que veio à Filbo com a escola.

E o homenageado do evento – José Saramago – tem estandes especiais que atraem muitos compradores. Na feira, é possível comprar livros com melhores preços que nas livrarias. A secretária aposentada Beatriz Arteaga, de 73 anos, é fascinada pela obra de Saramago. “Temos o Gabo [Gabriel García Marquez], mas os portugueses têm Saramago, que tem um estilo mais ácido e fantástico”, compara.

De passagem pela feira, ela aproveita para comprar novos livros do escritor português e para conferir a comida portuguesa. “Gostei muito do bacalhau que vendem aqui. É feito de um jeito especial”, comenta.

Além das atividades dentro da feira, como painéis e oficinas sobre grandes autores e novos escritores, a Filbo movimenta toda a cidade com programações diárias de música e danças em outros espaços e teatros da capital. Nas duas semanas do evento, são mais de 700 atividades culturais.

Extraído do sítio Agência Brasil

INFARTO DO MIOCÁRDIO


Infarto do miocárdio é a necrose do músculo cardíaco causado pela interrupção do fluxo sanguíneo para o músculo do coração que para de receber sangue oxigenado devido ao bloqueio das artérias coronárias. Na maioria das vezes o infarto atinge mais os homens, mas devido a rotina do dia a dia das mulheres somado a outros fatores, o infarto tem atingido grande número de mulheres também.

O estresse tem sido um problema para a saúde tanto de homens como de mulheres. As longas jornadas de trabalho, o cuidados com a família e a casa tem afetado a saúde do coração feminino. Além do estresse e correria do dia a dia, outros fatores como mausa hábitos alimentares, sedentarismo, a menopausa, o fumo entre outros fatores, colaboram para que a possibilidade do infarto na mulher aumente muito. Como evitar este mal que atinge e mata cada vez mais pessoas?

Segundo informações de especialistas da saúde, o infarto é a segunda causa de mortes atualmente e devemos ficar atentos. Confira aqui no blog Essas e Outras as causas, sintomas e cuidados que devemos ter para evitar o infarto.

Causas do infarto:
  • Estresse e rotina corrida do dia a dia
  • Genética, predisposição
  • Menopausa e idade. Reposição hormonal associada a outros fatores pode causar trombose e consequentemente o infarto
  • Cigarro
  • Pílula anticoncepcional aumenta 40 vezes mais a chance de ter um infarto
  • Diabetes
  • Colesterol alto
  • Sedentarismo
  • Hipertensão
Sintomas do infarto:
  • Tontura, desfalecimento e ansiedade
  • Dores nas costas e dor fixa no peito que se irradia para a mandíbula ou para o ombro
  • Dores nos braços, principalmente o braço esquerdo
  • Enjoo e dor de estômago
  • Mais suor nas mãos
  • Excesso de peso
Cuidados e como evitar o infarto:
  • Ao sentir os sintomas do infarto, procure um hospital mais próximo
  • Preste atenção aos riscos, principalmente depois dos 40 anos, onde os riscos são maiores
  • Fazer exercícios e atividades físicas regularmente, evitando o sedentarismo
  • Procure controlar o peso e emagrecer se estiver acima do peso
  • Não fumar
  • Evitar bebidas alcóolicas
  • Boa alimentação, dieta saudável com menos sal e açúcar
  • Avaliação médica periódica
  • Evitar situações de estresse.
É muito importante fazer um acompanhamento médico, monitorando os exames de rotina e as condições de saúde além dos cuidados acima. Veja quadro abaixo sobre como identificar o infarto do miocárdio.


Extraído do sítio Essas e Outras

28 de abril de 2013

COMO ANGOLA BRILHOU EM HAVANA


Quando este domingo o maciço reduto militar La Cabaña de Havana vir terminado o impressionante corrupio de visitantes em busca do saber dos livros e do doce prazer da poesia e da vida em prosa, a 22ª edição da Feira Internacional do Livro passará aos registos da memória como mais um certame cultural bem-sucedido dos muitos que fazem o prestígio de Cuba.

Para Angola, que se tornou frequentadora oficial da feira desde 2011, o ganho desta vez suplanta a simples participação para assumir o estatuto de primeira nação africana a quem o evento é dedicado. Sem dúvidas, um selo de eleição que fez pelo nome do país quase tanto ou mais que dezenas de diligências diplomáticas. De resto, é sempre assim na relação entre os povos: os contactos no terreno, o intercâmbio multidisciplinar mano-a-mano, o calor e a empatia do diálogo presencial, encurtam distâncias e aceleram dinâmicas.

Se é verdade que Angola e Cuba lidam há muito, desde que a geração do hoje general António dos Santos França “Ndalu” aqui veio adentrar-se nos manejos da arte da guerra de guerrilha ou o lendário Ernesto Che Guevara foi a Brazzaville levar solidariedade aos combatentes do MPLA, na década de 60, não será menos certo notar que um conhecimento entre os dois povos, naquilo que são as suas expressões do quotidiano, sempre andou aquém do que seria desejável. Muito, se calhar, por culpa da própria distância geográfica; ou, quem sabe, como resultado das próprias urgências dos processos políticos, suas prioridades e limitações materiais…

Em bom rigor, não se dirá que tenha havido ao longo de décadas de relações algum tipo de vazio ou deserto exasperantes, nada disso, mas percebe-se, quando se olha para o que está feito, que poderia ter havido muito mais. Por exemplo: não se compram livros de autores angolanos em livrarias de Cuba ou, na inversa, Luanda não tem um lugar onde se possa adquirir em permanência saberes sobre este arquipélago caribenho na verdade muito mais próximo e familiar do que se pensa, se nos ativermos ao dado histórico de que, nas suas costas, desembarcaram escravos saídos dos espaços geográficos da actual Angola. A escrava Carlota que deu nome à missão militar de ajuda a Angola por parte de Cuba era natural de Angola e o tubérculo tão presente na dieta cubana conhecido como malanga conserva o mesmo nome em kikongo que veio com os barcos negreiros.

TRÊS RICOS TÚNEIS

A começar, deve explicar-se que a Feira Internacional do Livro de Havana decorre de um modo muito peculiar. Na fortaleza de San Carlos de La Cabaña, um colossal reduto militar erguido no século XV pelos espanhóis para defesa de Havana contra piratas e corsários, funciona a sede principal do certame, com centenas de stands de casas editoras dos países participantes (perto de meia centena), salas para apresentação de livros, debates com autores, sessões de autógrafos, negociações entre escritores e editoras, venda de livros e acções afins, mas espalhados por diferentes pontos da vasta capital de Cuba desenrolam-se também numerosos eventos relacionados com a Feira.

Angola, país homenageado desta edição, esteve em todo o lado, num sensacional desdobramento que tanto deu a ouvir poesia declamada por Manuel Rui e Roderick Nehone na Casa da Poesia localizada no centro de Havana, ou emotivas evocações da figura de Neto, sempre com muitas lágrimas à mistura, na Casa de África, em pleno coração de Havana Velha, a poucos quarteirões da mítica ‘La Bodeguita del Medio”, provavelmente o mais famoso bar-restaurante do mundo.

Mas o ‘quartel-general’, o centro nevrálgico de toda esta complexa, multidisciplinar e movimentada acção cultural angolana em Cuba, acabou mesmo por ficar instalado no lugar-sede da Feira, La Cabaña, onde Angola beneficiou de um espaço generoso para o seu pavilhão, designadamente três salões em forma de túneis.

Foi ali que se montou a sala ‘Cordeiro da Mata’, lugar de tertúlias e tudo o mais que se possa imaginar à volta da apresentação de livros e debates; também uma galeria com quadros de Francisco Van-Dunem ‘Van’ e Jorge Gumbe, esculturas de Etona, Mayembe e Suzana David ‘Kiana’, ao lado da pintura magistral de alguns dos mais prestigiados nomes de Cuba, como Ernesto García Peña, Rafael Zarza, Nelson Domínguez, Rafael Paneca e Eduardo Roca Salazar ‘Choco’, este último mestre que há muitos anos foi professor de hoje consagrados nossos como Gumbe e Van.

Na sala 2 Angola expôs basicamente artesanato e imagens fotográficas de monumentos e sítios emblemáticos como a cidade de Mbanza Congo –candidata a património da Humanidade -, o Museu da Escravatura, a Serra da Leba e as célebres pinturas rupestres de Tchitundu-Hulu (Namibe). Ao lado funcionou o túnel erigido a um quase estatuto de ex-libris, mais por força do objecto da Feira que por qualquer outra razão específica: a área dos stands editoriais, com o mais representativo das letras de Angola.

Ali, os visitantes – que foram aos milhares – viram painéis gigantes com fotos, bibliografia e breves excertos de livros, de prosadores e poetas angolanos de distintas gerações, desde Cordeiro da Mata, Ernesto Lara Filho, Alda Lara, Agostinho Neto, Luandino Vieira, António Jacinto, Mário António, Maria Eugénia Neto, Arnaldo Santos, Manuel Rui Monteiro, Pepetela, Roderick Nehone, António Gonçalves, Abreu Paxe, José Luís Mendonça, João Melo, Luís Kandjimbo, João Maimona e Luís Fernando, entre outros.

Os que puderam – muito poucos por sinal, pois por incompreensível erro de avaliação de mercado, as editoras angolanas trouxeram a Havana os seus tradicionais preços elevados- adquiriram títulos de entre a oferta diversificada que encheu os stands da Mayamba, Chá de Caxinde, Kilombelombe, INALD e outras casas de edição. 

VALÓDIA NO TEATRO MELLA

Quando se fizer o rescaldo do desempenho da vasta caravana cultural angolana que viajou até Cuba este Fevereiro, o acontecimento do dia 16, sábado, num dos lugares mais solicitados da capital cubana para eventos de sala, o teatro Mella, vai ficar no topo dos registos por tudo o que ele simbolizou, desde o reavivar de emoções nunca esquecidas à confirmação do potencial de mercado que Cuba pode ser, afinal, para os nossos criadores.

Os que viveram a noite sabem que testemunharam uma jornada abençoada. Aqueles que se sentiram bem em não reprimir as lágrimas de emoção foram, além de autênticos, intensamente felizes.

Em plena meca da música, Havana, alguns dos mais brilhantes porta-estandartes da criação angolana nesse domínio, como Gabriel Tchiema, Banda Akapaná, Ângela Ferrão, Tony Amado e o sempre denso menino da Lixeira Matias Damásio, encheram de orgulho Angola e quem a ama, com a sua magnífica actuação naquela sala preenchida por um público vibrante, rendido e levado ao delírio.

Momento à parte, muito à parte, foi a actuação de Santocas, cirurgicamente gizada para chegar ao âmago dos que sabem o que foi conquistar a Independência de Angola, não no largo 1º de Maio mas no silvar dos obuses a poucos quilómetros dali, na duríssima batalha de Kifandongo. Cantar Valódia e Massacre de Kifangondo, numa terra onde a cubana Beatriz Márquez as popularizou, é, só pode ser, um irresistível convite para um retorno mais do que melódico àquele passado épico do “Sim, camarada” de Manuel Rui Monteiro, que quer dizer, no fundo, os coléricos tempos de revolução de arma na mão, para que os sonhos alimentados na guerrilha não soçobrassem à mão de invasores e seus cúmplices da casa.

Ganha a noite de sábado, o Mella voltou a ter Angola num patamar cultural muito elevado no domingo quando a Companhia de Dança Contemporânea, da coreógrafa Ana Clara Guerra Márquez, exibiu “Paisagens Conducentes”, peça inspirada na vida e obra de Ruy Duarte de Carvalho. Nada melhor para fechar em apoteose, nesse lugar, os actos colaterais da participação de escritores angolanos na Feira do Livro de Havana.

Extraído do sítio O País

PESQUISA DIZ QUE UM REFRIGERANTE POR DIA AUMENTA RISCO DE DIABETES

Especialistas recomendam tirar os refrigerantes da dieta.

Beber uma ou mais latas de refrigerantes por dia aumenta o risco de diabetes na vida adulta, de acordo com um estudo europeu publicado na revista britânica Diabetologia.

A pesquisa parece confirmar estudos americanos sobre o mesmo tema.

De acordo com seus coordenadores, do Imperial College London, quem bebe uma lata por dia de refrigerante sem ser diet tem um risco de desenvolver diabetes 20% maior do que quem consome uma lata ou menos por mês.

"E para cada lata de refrigerante que um indivíduo bebe por dia, o risco de diabetes aumenta mais", disse à BBC a pesquisadora Dora Romaguera, do Imperial College London.

A pesquisa foi realizada a partir de dados coletados no Reino Unido, Alemanha, Dinamarca, Itália, Espanha, Suécia, França e Holanda. Nela, cerca de 350.000 pessoas foram questionadas sobre sua dieta.

"Dado o aumento do consumo dessas bebidas na Europa, concluímos que é preciso dar à população informações claras sobre os seus efeitos sobre a saúde", conclui a pesquisa, que indica que o consumo de suco de frutas não tem o mesmo efeito o de refrigerante com açúcar.

Calorias

Matthew Hobbs, diretor de pesquisas da organização Diabetes UK, ressalta que a ligação entre refrigerantes e diabetes tipo 2 é observada mesmo quando o índice de massa corporal é levado em conta. Ou seja, o risco de desenvolver diabetes é maior mesmo em pessoas magras que consomem uma lata diária de refrigerante.

Segundo Hobbs, isso sugere que esse risco não estaria ligado ao fato de que quem consome a bebida estar ingerindo muitas calorias, embora mais estudos sejam necessários para comprovar isso.

"De qualquer forma, recomendamos um limite no consumo de alimentos e bebidas açucarados porque, por serem ricos em calorias, eles podem levar a um ganho de peso. E sabemos que a manutenção de um peso saudável é muito importante para se evitar a diabetes tipo 2", diz Hobbs.

Patrick Wolfe, da University College London, enfatiza que os refrigerantes açucarados são apenas um entre muitos outros fatores de risco para a diabetes tipo 2.

"Mas já que esse é um risco que podemos facilmente eliminar - trocando os refrigerantes com açúcar por refrigerantes diet ou, melhor ainda, cortando os refrigerantes de nossa dieta, faz sentido fazer isso", opina.

Extraído do sítio BBC Brasil

TAMIM AL-BARGHOUTI FALA SOBRE IMPACTO DA POESIA NA PRIMAVERA ÁRABE - Pedro Sprejer

Presença confirmada na Flip, em julho, o poeta egípcio de origem palestina analisa o movimento dois anos após a tomada da Praça Tahrir. Para Al-Barghouti, a mera existência de uma poesia árabe é um ato de resistência que zomba das fronteiras, dos governos e da ordem colonial.


Através de um telão improvisado com lençóis brancos e um sistema de alto-falantes, os versos de Tamim al-Barghouti se espalharam pela Praça Tahrir lotada de manifestantes, que saíram às ruas do Cairo para cobrar a renúncia do presidente egípcio Hosni Mubarak, em janeiro de 2011. O protesto fez parte da chamada Primavera Árabe, movimento que derrubou governos autoritários na Tunísia, Egito, Líbia e Iêmen. Intitulado “Oh, Egito, está perto”, o poema de Al-Barghouti tornou-se logo uma espécie de hino.

Passados mais de dois anos, a Primavera deu lugar a um período tempestuoso no Egito, agora comandado pela Irmandade Muçulmana. Paralelamente, a guerra civil jogou a vizinha Síria nas trevas e ameaça os países ao redor. Diante da crise, a poesia, um modo de expressão valorizado na tradição árabe, invadiu as ruas, do Iêmen à Faixa de Gaza.

— Uma coisa que as revoluções no mundo árabe fizeram é que todos agora escrevem poesia, e todos querem escutá-la — contou Al-Barghouti, em entrevista exclusiva ao Prosa por e-mail, na qual analisou o papel da poesia nos protestos e falou sobre suas expectativas em relação à Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), em julho, onde participará de uma mesa sobre literatura e política.

Nascido no Egito em 1977, filho do renomado poeta palestino Mourid Barghouti (que esteve na Flip em 2006, numa mesa com Ferreira Gullar) e da escritora egípcia Radwa Ashour, Al-Barghouti é também um cientista político. Autor de livros sobre história e cultura árabe, além de coletâneas de poesias, ele atualmente é professor da Universidade de Georgetown, nos EUA, onde vive.

Seus versos ganharam fama internacional em 2007, quando declamou o poema “Em Jerusalém” no programa “Príncipe dos Poetas”, uma espécie de “American Idol” dos bardos, transmitido para milhões de telespectadores árabes. Mesmo não vencendo, foi aclamado na internet, viu seus versos em cartazes nas cidades palestinas, sua voz reproduzida em ringtones de celular e se afirmou como um dos mais importantes poetas de sua geração.

Como você se sentiu ao ver seus poemas declamados em diversos países e entoados por uma multidão na Praça Tahrir?

Eu me senti feliz, grato, sufocado e um pouco assustado, me senti responsável pela conservação daquele tipo de amor e honra. Por um lado, você deve se observar para não perder totalmente a identidade individual, tornando-se um mero porta-voz. Se você perder a si mesmo para as pessoas, você perde as pessoas. Por outro lado, você nunca deve se tornar um egoísta depressivo e introvertido que ignora aqueles que o escutam. O poema cantado na Praça Tahrir foi escrito nos dois primeiros dias da revolução. No terceiro dia, uma quinta-feira, consegui fazer com que a TV Al-Jazeera o transmitisse. Os manifestantes fizeram uma tela com lençóis brancos e o poema foi exibido na praça a cada poucas horas. O compositor Mustafa Said, hoje um grande amigo, ouviu e aprendeu os versos ali. No sábado, ele os transformou em canção.

Neste momento histórico, a poesia pode contribuir na luta pela democracia no mundo árabe?

Sim. A poesia é uma forma mais eficiente de falar, intensificar e aprofundar o significado das palavras. A relação entre poesia e identidade perdurou ao longo de toda a história árabe. Quando a sociedade se definia em termos de tribos, o poeta era o poeta da tribo. Quando era um califado, o poeta cantava para o califa. Na era moderna, quando a sociedade define-se em termos de “o povo” ou “a nação”, o poeta tornou-se a voz do povo. Mesmo quando os movimentos árabes de libertação nacional do século XX fracassaram e a sociedade se decompôs em indivíduos introvertidos, autocentrados e deprimidos, cresceram escolas de poetas árabes voltados para o indivíduo. No início do século XXI, nós experimentos um sentimento coletivo de perigo. Era como se depressão e tristeza fossem luxos. Poucos antes, ao longo dos anos 1990, 5 mil iraquianos haviam morrido por mês por causa do embargo conduzido pelos EUA. Quando Madeleine Albright, ex-secretária de Estado americana, foi perguntada na TV se valeu a pena matar meio milhão de crianças iraquianas para derrubar Saddam Hussein, ela disse “sim”. A sensação de uma ameaça existencial física para os árabes era esmagadora, o que as guerras americanas no Afeganistão, no Iraque e os ataques israelenses na Cisjordânia, em Gaza e no Líbano apenas aumentaram. Daquele momento em diante, emerge uma escola de poesia que busca uma reconexão com o coletivo.

Quais seriam as principais características dessa escola?

Nós escrevemos em uma linguagem que todos possam entender, pensamos em tradição como um ativo e não um passivo, criamos novas técnicas, mas também podemos ser inspirados por formas que remetem ao início da Idade Média. O objetivo é criar um senso de dignidade, merecimento, empoderamento, coragem e vontade de lutar, de sobreviver e de tentar usar a imaginação para tornar o mundo real melhor.

Que lugar a poesia ocupa dentro da tradição cultural árabe?

É interessante notar que a raiz da palavra árabe para comunidade ou nação, “Umma”, tem como sinônimo a raiz da palavra árabe poema, “qaseeda”. Conceitualmente, Umma é qualquer número de pessoas que seguem um ideal, uma imagem, um exemplo, normalmente expresso em um texto ou conjunto de textos. As pessoas que seguem esse exemplo só estariam seguindo a sua própria interpretação do mesmo, portanto, sua própria imaginação. A criação de tal autoimagem, na tradição secular árabe, é a função da poesia, e na tradição religiosa, a função dos textos religiosos. É como ter uma comunidade cuja constituição é um poema, ou um texto religioso rimado e cheio de metáforas, com muitas interpretações. Ambas as raízes, “amm” para “Umma” e “qasad” para “qaseeda”, significam ter intenção de ir a um determinado destino, ou seguir uma imagem ou um ideal. 


Você concorda com o termo “poesia de protesto” para descrever o seu trabalho?

Não, a poesia é apenas uma forma mais eficiente de expressão. Mas o fato de eu, ou minha sociedade, estarmos em um estado de rebelião ou engajados em uma luta colonial pela maior parte dos últimos dois séculos vai certamente se refletir naquilo que digo. Os árabes foram divididos em 22 estados soberanos por potências coloniais, o que garantiu sua dependência econômica e vulnerabilidade militar. As fronteiras foram traçadas em mapas, arames farpados foram estendidos no deserto. Constituíram exércitos, burocracias e forças policiais cuja principal tarefa era proteger o interesse de seus criadores coloniais. No entanto, o colonialismo não conseguiu convencer a maioria dos árabes de suas novas identidades. Ele dividiu a terra, mas não a linguagem; confinou as pessoas, mas não a sua imaginação. Portanto, hoje a mera existência de uma poesia árabe é um ato de resistência. Ela zomba das fronteiras, dos governos e dos ditames da ordem internacional colonial e neocolonial. Versos de um poeta tunisiano do início do século XX foram cantados no Egito e no Iêmen durante as recentes revoluções, poesias sobre a Palestina estiveram presentes nos cânticos de quase todos os protestos árabes, não só agora, mas durante os últimos 60 anos.

Como a poesia contribuiu com a Primavera Árabe, e como o movimento tornou a poesia mais popular nos países árabes?

Uma coisa que as revoluções no mundo árabe fizeram foi que todos agora escrevem ou tentam escrever poesia, e todos querem escutá-la. Note que eu digo “escutar”, pois em nossa parte do mundo preferimos ouvir poesia do que apenas ler. A poesia também esteve presente nas revoluções árabes na maneira surpreendente como elas se organizaram. Ao contrário de revoluções com base em estruturas piramidais de partidos revolucionários clássicos ou golpes de Estado, os manifestantes que tomaram as ruas do Cairo e de Túnis não tinham qualquer central de comando ou liderança designada. Assim como a boa e velha “umma”, eles estavam seguindo um conjunto de ideias e ideais em sua própria imaginação. Essas imagens significam coisas diferentes para pessoas diferentes, mas tinham em comum o suficiente para fazê-los agir coletivamente e em perfeita harmonia, eficiência e coordenação. Ao invés de tentar tomar o controle do Estado, eles simplesmente o transcenderam. Nos 18 dias da revolução egípcia, os 20 milhões de egípcios nas ruas foram capazes de gerenciar a segurança, administrar os suprimentos e gerenciar a comunicação sem ter qualquer ministério constituído. E o mais importante é que eles foram capazes de gerenciar a defesa e as relações exteriores tão bem que os militares e os EUA não tiveram como manter o presidente Mubarak . A revolução em si foi, portanto, um ideal, um poema, uma proeza de imaginação capaz de derrubar a realidade concreta desprovida de imaginação instalada pelo colonialismo.

O seu poema “Em Jerusalém” parece evocar um sentimento de exclusão. Porque tantos se identificaram com tais versos?

Porque quase todo árabe é um palestino. E Jerusalém sempre foi a cidade que pertence àqueles que são excluídos dela, aos que não estão autorizados a chegar lá. Jerusalém é um daqueles lugares associados ao martírio, ao triunfo dos oprimidos. Os reis de Jerusalém devem ser aqueles com coroas de espinhos e não aqueles com coroas de ouro e cabeças nucleares. O problema na Palestina não está na presença de pessoas de diferentes credos, a Palestina é uma terra com um significado simbólico para muitas culturas e religiões. O problema acontece, como sempre, quando um grupo de pessoas pensa que tem mais direitos. Qualquer homem ou mulher da fé judaica pode se tornar um cidadão de Israel, palestinos que foram expulsos de suas casas pelas forças israelenses em 1948 não estão autorizados a voltar. Se os palestinos se tornassem judeus amanhã, eles seriam autorizados a voltar. A razão pela qual eles estão em campos de refugiados é que eles parecem ter a religião errada! A exclusão dos palestinos por parte de Israel não é apenas uma ofensa contra eles, mas contra os árabes, os muçulmanos, os cristãos e todos que acreditam na igualdade humana.

Mais de dois anos depois, a energia da Primavera Árabe se dissipou?

As revoluções árabes ainda podem evoluir se evitarmos uma guerra civil total entre sunitas e xiitas na Síria, Líbano e Iraque. Uma guerra financiada, armada e apoiada pelos EUA, Otan e Arábia Saudita. Com isso, seremos capazes de livrar todo o Oriente Médio da hegemonia americana. Se não fosse pela catástrofe da Síria, as revoluções árabes poderiam ter realizado seu potencial de reorganizar o equilíbrio global de poder e acelerar a transição de um sistema mundial unipolar para outro multipolar.

Ainda há esperança?

Acho que há. Afinal, no Iraque e na Síria, os americanos mudaram seu apoio entre sunitas e xiitas tantas vezes que hoje há pouca confiança neles. As pessoas estão se tornando cada vez mais conscientes de que esta é a clássica tática de dividir para reinar, nada de novo. Além disso, se as coisas ficarem bem no Egito, o resto da região o seguirá. As coisas não estão indo bem agora, mas vão dar certo, pois todas as condições estruturais estão lá. Você tem uma população cada vez mais engajada, ativa e consciente, e um aparato de segurança enfraquecido, que não pode oprimir em larga escala. E os EUA, que não estão em posição de impor violentamente a sua hegemonia. O Egito vai se libertar da influência americana, e junto com o Irã e a Turquia será capaz de reorganizar o Oriente Médio.

O que você espera encontrar em sua primeira visita ao Brasil?

Estou muito animado para conhecer o Brasil. Para as pessoas da minha região, o Brasil é um desses exemplos com os quais gostaríamos de aprender. Temos muito em comum com a América Latina em geral, uma região que tem conseguido alcançar o que deseja: romper com a hegemonia dos EUA, independência, desenvolvimento econômico e justiça social. Na verdade, esperamos que um dia os árabes, os iranianos e os turcos possam tornar-se parte dos BRICS, para lutarmos juntos por um mundo com um melhor senso de igualdade e justiça.

Extraído do sítio O Globo