18 de dezembro de 2012

LEONARDO DA VINCI: ALÉM DA MONA LISA - Tim Gebhart

Para os privilegiados no Renascimento, estudos em grego e latim eram comuns. Os filósofos estoicos gregos e romanos, matemáticos e artistas deixaram as bases em seus respectivos campos, que se tornaram material didático por mais de mil anos.

Leonardo da Vinci nasceu em 1452 em uma classe inferior da sociedade e nunca estudou os estudiosos clássicos. O jovem Leonardo, ao invés, aventurava-se nos rios, brincava com o vento, entrando em todos os tipos de travessuras bem-intencionadas. Ele assistia pássaros em voo e fantasiava sonhos aparentemente impossíveis. A educação de Leonardo foi dada a ele pela natureza – ele tinha o dom apurado de ouvi-la como poucas pessoas. Quando menino, Leonardo da Vinci era desprendido das noções comuns, o que lhe permitiu ser livre para contemplar o mundo com possibilidades infinitas.

Pinturas de Leonardo da Vinci

O Batismo de Cristo: Nesta pintura, Andrea del Verrocchio foi contratado para pintar o batismo de Cristo. À esquerda, segurando um pano, está o pequeno anjinho de Leonardo em azul. (Artrenewal.org)

Na década de 1460, o pai de Leonardo levou o jovem Leonardo para Andrea del Verrocchio, um famoso pintor e escultor em Florença, Itália, para ser um aprendiz. Verrocchio foi contratado para fazer uma pintura de Jesus sendo batizado. Verrocchio deixou Leonardo, junto com seus outros alunos, pintar os personagens menores na pintura, enquanto ele pintava os principais.

Leonardo pintou um anjo no canto inferior esquerdo da pintura. Todos, incluindo Verrocchio, ficaram incrivelmente perplexos. Era a pintura mais bonita de uma pessoa que alguém já tinha visto em uma tela. Leonardo usou uma tinta à base de óleo que não era comumente usada na época para dar ao anjo cores vivas e detalhes suaves. O pequeno anjinho de Leonardo se destaca vividamente.

A pose e gestos naturais do anjo contrastam com o retrato duro comum na Idade Média e visto nas outras figuras. Este pequeno anjo tocou tanto Verrocchio, que ele jurou nunca mais pintar de novo, tendo sido superado por seu aluno Leonardo.

‘Mona Lisa’

Leonardo recebeu mais tarde uma comissão para pintar a esposa de Francesco del Giocondo, La Gioconda, ou melhor conhecida como Mona Lisa. Nesta pintura, ele inventou a técnica chamada “Sfumato”, baseado na palavra italiana “Sfumare”, que significa “evaporar como fumaça”. É uma técnica que dá à pintura um olhar borrado. Ela funciona pintando finas camadas de cores translúcidas para criar a aparência de profundidade, forma e volume. Os gradientes entre as cores são quase imperceptíveis.

Da Vinci adorava brincar com a composição. Quando o olhar atravessa uma paisagem, onde ele se fixa? A mente dispõe uma pintura como se estivesse olhando para objetos reais, a pessoa tem que estar consciente de por onde os olhos vagueiam.

Da Vinci usava a composição ou, como os olhos se movem através de uma pintura, para efeito completo. Ele estava ciente de que os olhos procuram aberturas. Na Mona Lisa, a extensa base dos cotovelos tocando as bordas da pintura cria uma base, ou chão, para os olhos. O vestido escuro e composição piramidal chamam os olhos do espectador para cima. O cabelo escuro de Mona Lisa cria uma moldura que avança se estendendo a partir do vestido.

Leonardo pintou o fundo como uma paisagem aberta. Ele inventou uma técnica chamada perspectiva atmosférica em que a paisagem se torna mais nebulosa à medida que se afasta do espectador, e os olhos naturalmente encontram a Mona Lisa. Seu sorriso calmo e gestos descontraídos fazem-na tão acolhedora e enigmática.

Estudos de personagens

Estudos: Um dos muitos esboços usados por Leonardo da Vinci. Seu número de esboços está na casa dos milhares, e muitos foram preservados e compilados em livros. (Artrenewal.org)

Estudo de Leonardo da anatomia humana ajudou a retratar os pensamentos e emoções em suas pinturas. Quando Leonardo pintou A Última Ceia, ele passava o dia no mercado, observando as pessoas, suas expressões faciais e gestos com as mãos para obter visual perfeito para cada personagem. Cada gesto vem de um pensamento, e Leonardo rompeu com os estoicos, retratos rígidos de pessoas do passado e pintou em poses naturais, imbuindo-os com uma vida própria.

Em quase todos os seus quadros, Leonardo levava o mundo da arte a novas alturas. Ele estudava a natureza, visão e percepção para pintar o mundo tal como parece. Os conceitos rudimentares em pintura da Idade Média que hoje temos conhecimento, não existiam na época. Ele olhava para a mão humana e brincava com a postura e equilíbrio para criar um sentimento, o que fez a maioria de seus personagens parecerem acolhedores.

Leonardo nunca se casou. Apesar de ser uma figura carismática e adorável companhia, era sigiloso sobre si mesmo. Em suas pinturas, ele realmente mostra o seu carinho e dedicação com aqueles à sua volta. Ele se esforçou para atingir a perfeição. Suas pinturas eram uma saída para suas ideias, um meio de comunicar a sua visão de mundo.

Leonardo detestava violência e muitas vezes falou de quão mesquinhas as pessoas podem ser umas com as outras. Em suas pinturas, ele é convidativo e benevolente.

São as nuances sutis que fazem as obras de Leonardo da Vinci tão magníficas. Os pequenos detalhes, as antigas noções desafiadoras e visões de mundo impregnavam sua arte com uma qualidade surreal que o destaca de todos os outros de seu tempo.

Extraído do sítio The Epoch Times

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