27 de novembro de 2012

ESBOÇOS DE UMA CAPITAL: O ESCULTOR DOS ESPAÇOS - PARTE VII - Sara Campos

Niemeyer baseia-se em Le Corbusier para elaborar as curvas suntuosas da capital.

O arquiteto Oscar Niemeyer observa a maquete usada para a construção de Brasília nos anos 50 (Arquivo Público de Brasília)

Um dos arquitetos mais reconhecidos do mundo, Oscar Niemeyer é peça fundamental para a realização de Brasília. Apesar da polêmica em torno da funcionalidade de suas obras na capital do país, o arquiteto carioca viu nas curvas uma base importante para a marca de seu traçado.

Uma das figuras arquitetônicas que inspiram o trabalho do arquiteto, o suíço Le Corbusier, defendia a simplicidade e o conceito de arquitetura moderna. O recurso do concreto armado, uma marca dos principais edifícios de Brasília, também surgiu por iniciativa do arquiteto suíço. As construções sobre pilotis, chamadas de construções suspensas, e o conceito de fachada livre, foram dois elementos presentes no conjunto arquitetônico de Brasília.

Para o professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília, Frederico Flósculo, uma das virtudes do arquiteto é “ageometrizar” os espaços com pureza. A união das cônicas, as curvas derivadas do cone, conferiu à arquitetura de Brasília um ar futurista para a época.

“A arquitetura dele gira totalmente em torno de círculo, elipse, hipérbole e parábola. Toda a sua arquitetura é baseada em composições feitas através da combinação das cônicas. Quando você entende o que ele faz, sua obra torna-se geometria pura. É uma forma tão expressiva esteticamente como se ela fosse eterna”.

Apesar de gerar polêmica ao utilizar o concreto em todas as suas criações, por ser um material que retém calor, seu uso permitia uma maior liberdade de criação de moldes além de uma indiscutível durabilidade.

Um dos destaques do trabalho do arquiteto nos traçados de Brasília, as colunas do Palácio do Planalto, tornaram-se referência internacional graças ao refinado efeito plástico que une curvas e retas que resultam em um trabalho fora dos padrões arquitetônicos da época.

De acordo com informações do Palácio do Planalto, as criações de Niemeyer fizeram com que Brasília se tornasse uma das áreas de tombamento mais extensas do mundo – um total de 112,25 km² – além de ser classificada como Patrimônio Mundial em 1987.

Extraído do sítio The Epoch Times

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