23 de novembro de 2012

EPTC DEVE CONCLUIR ATÉ MAIO A CICLOVIA DA IPIRANGA - Juliano Tatsch

Trecho de 1,4km será liberado no sábado, e se une aos 416m já em uso. Jonathan Heckler/JC

A prefeitura de Porto Alegre, por meio da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), entrega no sábado, a partir das 9h, um novo trecho da ciclovia da avenida Ipiranga. O espaço, de 1,4km, localizado entre as avenidas Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio) e Erico Verissimo, se junta aos 416 metros já liberados para uso.

Inicialmente, a previsão de conclusão total da obra de 9,4 km era para o segundo semestre deste ano, como noticiou o Jornal do Comércio, em sua edição do dia 23 de setembro do ano passado, um dia após os trabalhos terem início. Uma série de contratempos, porém, ocasionou atrasos no cronograma, fazendo com que o ano feche com apenas 1,8km entregue. Se o mesmo ritmo dos trabalhos já realizados fosse seguido daqui para frente, seriam necessários mais 4,5 anos para a execução total da extensão restante.

De acordo com o diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, a via de uso exclusivo dos ciclistas deverá estar concluída no primeiro semestre do próximo ano. “Estamos trabalhando para entrega em maio de 2013. Vamos iniciar o terceiro trecho, que é o da Azenha até a Antônio de Carvalho. São mais 7km, e (a obra) irá começar em seguida. Estamos finalizando as tratativas para o início. O prazo de construção dessa etapa seria de seis meses. Acredito que, iniciando agora em dezembro, iremos concluir até maio”, afirma.

O trecho que será liberado no sábado foi construído por meio de uma contrapartida da ampliação do Praia de Belas Shopping. A próxima etapa, por sua vez, será resultado de uma contrapartida da Companhia Zaffari. Conforme Cappellari, o termo de compromisso está sendo finalizado.

Segundo a EPTC, os atrasos se deram em razão dos diversos debates em torno da construção. “A ciclovia da Ipiranga é emblemática para a cidade. Houve aquela discussão pública da CEEE, que foi superada. É um processo de grande participação da cidade; isso foi ocasionando atrasos no cronograma de obras. É uma ciclovia diferenciada, por isso gerou esse debate todo.”

Cappellari diz que a prefeitura está em processo de contratação da empresa que fará o projeto executivo dos 12km da ciclovia da avenida Sertório, que irá circundar a área do Aeroporto Internacional Salgado Filho. “Devemos estar, no máximo, até meio do ano que vem licitando aquela ciclovia. Já há recursos do orçamento municipal destinados”, destaca.

Com os 1,8km da Ipiranga, Porto Alegre passa a ter 11,4 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas, nos seguintes locais: 4,6km na Restinga, 2,1km na avenida Diário de Notícias, 1,2km em Ipanema e 1,7km na avenida Icaraí. Além da Sertório, as bicicletas terão espaços próprios, na sequência, na Edvaldo Pereira Paiva (6,35km construídos junto com as obras de duplicação), na Voluntários da Pátria (3,5km, também conjuntos com a duplicação, da Rua da Conceição até a avenida Sertório), na Loureiro da Silva (1,2km de extensão, interligando as ruas José do Patrocínio e Vasco Alves) e na José do Patrocínio (880 metros, ligando as avenidas Loureiro da Silva e Venâncio Aires).

Lazer é responsável por metade do uso de bicicletas públicas

A EPTC não tem um diagnóstico exato sobre como as ciclovias e ciclofaixas da Capital são utilizadas. Os dados mais concretos são os que dizem respeito ao uso das bicicletas públicas, recém-implantadas, por meio do sistema Bike Poa. “Hoje, das 17 mil viagens que já foram feitas, em torno de 50% foram para transporte e outros 50% para lazer ou passeio”, afirma o diretor-presidente da empresa.

Uma das preocupações de quem defende a criação dos espaços exclusivos para trânsito de ciclistas é de que o uso não se restrinja aos finais de semana, para momentos de lazer. Por enquanto, nos feriados, sábados e domingos, a média diária gira em torno de 700 viagens, o que representa o dobro da registrada durante os outros dias no Bike Poa. 

Para que as bicicletas possam ser usadas como veículo de transporte em substituição a motos e carros, as vias de uso exclusivo teriam de se interligar, formando uma rede de circulação pela cidade, como a prefeitura pretende que formem, após a conclusão das vias previstas. O Plano Diretor Cicloviário de Porto Alegre, aprovado pelos vereadores em 2009, prevê uma malha de 495km de ciclovias espalhados pela Capital.

Extraído do sítio Jornal do Comércio

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