24 de outubro de 2012

ESBOÇOS DE UMA CAPITAL - PARTE III - Sara Campos

Plano de governo de JK é marcado pelo forte desenvolvimentismo brasileiro.

Discursos de JK incentivavam a migração de trabalhadores. (Acervo/Arquivo Público do Distrito Federal)
Após chegar ao poder com um Brasil turbulento depois do suicídio de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitscheck remodelou o projeto da construção de uma nova capital de seu antecessor com um estilo de governo diferente.

Com traquejo político, JK criou uma agenda de governo positiva e soube lidar de maneira habilidosa com os militares remanescentes do governo de Vargas. “JK assumiu a presidência em uma situação de perturbação nacional e como um bom político mineiro cumpriu o importante papel de ser um apaziguador. Ele não era apenas populista, mas sim populista e popular”, afirma o professor de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), Frederico Flósculo.

DKW Vemaguet, um dos automóveis produzidos no Brasil com tecnologia estrangeira. (Acervo/Volkswagen)
Ao contrário da Era Vargas, o governo de Kubitscheck valorizava a entrada de produtos estrangeiros no País. Esse período foi marcado por uma intensa transição de um Brasil rural rumo a uma economia industrializada.

No final da década de 1950, JK facilitou a entrada de multinacionais, com destaque para a indústria automobilística aliada à abertura de capital e investimentos em rodovias e ferrovias. Empresas como Ford, General Motors, Volkswagen e Willys passaram a instalar montadoras na região Sudeste. Um dos pilares de sua campanha presidencial, o Plano de Metas, era marcado pelo slogan “50 anos em cinco”, projeto focado no fortalecimento da indústria de base e a modernização do Brasil. O Plano tornou-se uma das campanhas mais marcantes da história política brasileira.

O Brasil apontava para o desenvolvimento industrial. (Acervo/Ford Motors)
“O objetivo de JK era fazer com que o País avançasse 50 anos em apenas cinco anos de governo. Na época, a reeleição era vetada pela Constituição, o que fazia com que os governos não pudessem ter uma atuação mais consistente, fato que o influenciou a fazer grandes mudanças em pouco tempo”, esclarece Flósculo.

Apesar do progresso da indústria no Brasil, em contrapartida, as iniciativas de JK geraram um grande endividamento com investidores estrangeiros, fato que ocasionou a dependência de tecnologia estrangeira.

O êxodo rural e o grande deslocamento urbano também foram elementos que marcaram o governo do ex-presidente mineiro. A intenção de JK era explorar as riquezas do Centro Oeste brasileiro e incentivar a modernização do interior do Brasil.

“Ele foi inclusivo na história da busca da população e incentivou esse deslocamento populacional para o interior. Foi um momento de intensa mobilidade nacional”, ressalta Flósculo.

A oportunidade de prosperidade surgiu no contexto de um Brasil formado por grande parte de trabalhadores rurais que desejavam ter uma mudança de vida em territórios pouco explorados. Os esboços da nova capital brasileira estavam prestes a se tornarem realidade.

Extraído do sítio The Epoch Times

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