26 de maio de 2012

PERFIL: ANTERO DE QUENTAL, UM POETA E ESCRITOR PORTUGUÊS

Antero Tarquínio de Quental ou só Antero de Quental como era conhecido nasceu em Ponta Delgada, arquipélago dos Açores, Portugal, a 18 de Abril de 1842 e faleceu em Ponta Delgada a 11 de Setembro de 1891, vítima de suicídio. Foi um importante poeta e escritor Português.

Poeta metafísico, foi o mais importante mentor do movimento académico de Coimbra do séc. XIX, ao revolucionar em várias dimensões a cultura portuguesa, dando início à introdução do realismo. Este movimento ficou conhecido como «Geração de 70» ou «Geração de Coimbra».

No dia 18 de Abril de 2012, comemorou-se o centenário de nascimento do poeta e escritor Antero Tarquínio de Quental, o google também assinalou a data desta efeméride na sua página!

Biografia de Antero de Quental

O poeta e escritor Antero Tarquínio de Quental nasceu em Ponta Delgada, arquipélago dos Açores, Portugal, a 18 de Abril de 1842. Poeta metafísico, foi o mais importante mentor do movimento académico de Coimbra do séc. XIX, ao revolucionar em várias dimensões a cultura portuguesa, dando início à introdução do realismo. Este movimento ficou conhecido como «Geração de 70» ou «Geração de Coimbra».

Ilhéu, isto é, nascido numa ilha que era colónia portuguesa, viajou pela França, pelos Estados Unidos e pelo Canadá, fixando-se em Lisboa, onde trabalhou por algum tempo organizando o Partido Socialista. Amigo de Eça de Queirós e Oliveira Martins, pertenceu à chamada Geração de 70, grupo ligado à «Questão Coimbrã» e que pretendia renovar a mentalidade em Portugal.

Em 1852, com 13 anos, vem com a sua mãe, para Lisboa. Em Julho de 1858 matriculou-se na Faculdade de Direito, de Coimbra. O primeiro ano decorreu de forma atribulada. Um excesso cometido durante a praxe aos caloiros custou a Antero de Quental oito dias de prisão. Era muito popular no meio académico. Concluiu o curso em Julho de 1864.

Apesar de não ter deixado uma obra extensa, Antero Tarquíneo de Quental é considerado um dos principais poetas portugueses modernos. Aluno brilhante na Universidade de Coimbra, em Portugal, formou-se em direito, em 1864. Dois anos depois tentaria alistar-se no exército do nacionalista Giuseppe Garibaldi, o revolucionário que havia unificado a Itália em 1861.

A «Questão Coimbrã» foi uma polémica literária travada, em 1865, entre o círculo de poetas ligados a António Feliciano de Castilho e o grupo de jovens coimbrãos (isto é, ligados à Universidade de Coimbra) que manifestaram publicamente o seu interesse pela reforma da vida em Portugal. Veio, mais tarde, a ser conhecido como «Geração de 70», da qual Antero de Quental foi considerado mentor. Com os poemas «Odes Modernas» e o ensaio «Bom Senso e Bom Gosto», o poeta e pensador liderou a ruptura cultural com os valores do passado representados na «Questão», pelo poeta Castilho.

A polémica só terminou com um duelo entre Antero de Quental e Ramalho Ortigão travado, a 6 de Fevereiro de 1866, no Jardim de Arca d’Água, no Porto, que se saldou por ferimentos ligeiros.

As suas obras vão da poesia à reflexão filosófica. Defendia a missão social da poesia como oposição ao lirismo ultra-romântico em voga na época. Sua poesia pode ser considerada uma procura filosófica pela verdade através da própria experiência. Os intelectuais do seu tempo o definiam como um homem de grande estatura moral e espiritual.

São também desse período do «Grupo dos 70» as suas manifestações de entusiasmo pelos movimentos sociais europeus, e a leitura dos grandes teóricos do socialismo e dos filósofos contemporâneos, em especial Proudhon e Hegel, que influenciaram bastante o seu pensamento.

Antero de Quental herdou em 1873 uma quantia considerável de dinheiro, o que lhe permitiu viver desafogadamente, dos rendimentos dessa fortuna. Produziu ainda «Raios de Extinta Luz», «Primaveras Românticas», «Sonetos», «Prosas» e «Cartas». Ainda em vida, teve os seus sonetos traduzidos para o alemão.

Numa carta ao amigo Cândido de Figueiredo, datada de 3 de maio de 1881, dez anos antes da sua morte, se disse oriundo de uma família com antecedentes literários, de que destacava o Padre Bartolomeu de Quental «cujos sermões ainda hoje podem ser lidos com alguma utilidade» e o seu avô, André Ponte de Quental, «poeta nada vulgar» e amigo íntimo de Bocage.

Colaborou na criação de associações operárias, e ao mesmo tempo dedicou-se a divulgar ideais revolucionários, escrevendo panfletos e artigos sobre assuntos sociais e literários para o «Jornal do Comércio» e o «Diário Popular», de Lisboa, e para «O Primeiro de Janeiro», do Porto. Fez parte das redacções dos periódicos «A República» e «Pensamento Social».

Fundou, em 1872, a Associação Fraternidade Operária, representante em Portugal da 1ª Internacional Operária.

Em 1874 adoeceu de uma doença mental, identificada por alguns como psicose maníaco-depressiva, hoje chamada de transtorno bipolar, pela moderna psiquiatria. Foi convidado pelo Partido Republicano para candidatar-se como deputado, mas teve de recusar.

O seu último ensaio filosófico, «A Filosofia da Natureza dos Naturalistas», foi publicado em 1884, na Revista de Portugal, editada por Eça de Queirós.

Em 1890, devido à reacção nacional contra o ultimato inglês, de 11 de Janeiro, aceita presidir à Liga Patriótica do Norte, mas a existência da Liga é efémera. Quando regressou a Lisboa, em Maio de 1891, instalou-se em casa da irmã, Ana de Quental. Neste momento o seu estado de depressão era permanente. Passado um mês, em Junho de 1891, regressa a Ponta Delgada, acabando por suicidar-se dia 11 de Setembro de 1891, com um tiro na cabeça, disparado num banco de jardim.

Obra de Antero de Quental

Poesia: Sonetos, em 1861; Beatrice, em 1863; Odes Modernas, em 1865; Primaveras Românticas – Versos dos Vinte Anos, em 1872; Sonetos, em 1881; Sonetos Completos, em 1886; Raios de Extinta Luz, em 1892;

Prosa Polêmica e Folclórica: Cartas de Antero de Quental, em 1915; Cartas Inéditas de Antero de Quental a Oliveira Martins, em 1931; Cartas Inéditas de Antero de Quental a Wilhelm Storck, em 1931; Cartas de Antero de Quental a Antônio Azevedo Castelo Branco, em 1942.

Extraído do sítio The Good Article

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