31 de maio de 2012

MUSEU QUE EVOLUI NO COMPASSO DO TEMPO - Olga Bugrova

Foto: RIA Novosti 
A passagem do 100º aniversário da fundação do Museu de Belas Artes Pushkin será assinalada com um gala-concerto a realizar em 31 de maio no palco do lendário Teatro Bolshoi de Moscou.

"O Museu é como se fosse para mim um irmão mais velho", - dizia Maria Tsvetaeva a ilustre poetisa russa e a filha do fundador do Museu de Belas Artes, Ivan Tsvetaev. O professor catedrático Tsvetaev, pelos vistos, nem podia imaginar que magníficos frutos teria a sua obra ao cabo de 100 anos. Todavia, gostava de repetir: "O nosso papel é como o de um jardineiro velho que planta árvores a crescerem no século seguinte." E acontece que este século seguinte ficou mais do que beneficiado. A Pequena Exposição de Belas Artes e Antiguidades, fundada por Tsvetaev na Universidade de Moscou se transformou numa das maiores coletâneas de obras de arte mundial.

Cumpre referir ainda que, nos 100 anos da existência, no Museu de Belas Artes foram promovidas mais de 1200 exposições a exibirem objetos dos acervos próprios, de coletâneas estrangeiras e de museus russos. Na foto: os visitantes do Museu. Ano 1947. Foto RIA Novosti

Nos dias de hoje, o Museu Pushkin conta com mais de 670 mil obras de pintura, artes plásticas e gráficas, achados arqueológicos e moedas de coleções numismáticas. Aliados ao Museu operam várias oficinas de restauro e uma das melhores bibliotecas da capital russa. O Museu, por sinal, ocupa várias instalações, embora o prédio principal mais bonito fosse construído em estilo clássico antigo há mais de 100 anos. Ao lado do edifício se situam a Galeria dos Países da Europa e da América, a Secção de Coletâneas Particulares e o Centro Infantil Museion. Há mais duas filiais, incluindo a Casa Memorial do grande pianista russo, Sviatoslav Richter. Enfim, hoje em dia, o Museu de Belas Artes pode ser designado de um local de encontro e diálogo de culturas, afirma a sua diretora lendária Irina Antonova que o dirige há mais de meio século e que é 10 anos mais nova do que o Museu.

"Para dizer verdade , nunca na minha vida estive tão ocupada como agora. A razão é simples – assinalamos o 100º aniversário da fundação do Museu e, como é obvio, temos projetos ambiciosos de curto prazo. Por outro lado, temos que refletir bem e, sem esquecer o passado, pensar no futuro."

Na foto: Museu no ano 1971. Foto: RIA Novosti
Neste contexto, consciente do seu percurso histórico, o Museu acaba de preparar uma série de exposições internacionais, uma das quais se chama o Museu Imaginário, sendo uma espécie de congratulações enviadas na ocasião solene por diversos acervos artísticos mundiais. Trata-se das obras-primas que chegaram a Moscou procedentes de cerca de 30 museus estrangeiros, entre os quais o Museu do Louvre de Paris, o Centro Georges Pompidou, a Academia Real de Arte Dramática de Londres, o Museu Prado de Madrid, os museus nacionais da RFA, Suécia, Polônia, Bélgica e outros países. Tal é a dimensão que assinala a passagem do 100º aniversário da fundação do Museu de Belas Artes e que, sem dúvida, marca o seu elevado prestígio internacional, permitindo-lhe desenvolver a cooperação internacional. Em geral, tal intercâmbio constitui a tónica da política conduzida pela diretora Irina Antonova.

"Prefiro a organização de exposições ao exercício das funções de dirigente, confessa Irina Antonova a acrescentar que intervém no processo de conceitualização, preparação e distribuição de amostras no âmbito de cada certame, sendo esse o seu trabalho predileto."

Cumpre referir ainda que, nos 100 anos da existência, no Museu de Belas Artes foram promovidas mais de 1200 exposições a exibirem objetos dos acervos próprios, de coletâneas estrangeiras e de museus russos. Moscovitas puderam apreciar tesouros do tumulo de Tutancâmon, a Madona Sistina de Rafael e a mais notável obra de Leonardo da Vinci - Mona Lisa, as obras da autoria de Caravaggio e Rembrandt. A arte do século XX foi representada mediante os quadros dos pintores gênios da época contemporânea – Amadeo Modigliani, Salvador Dali, Pablo Picasso e futuristas italianos. Segundo Irina Antonova, um dos pratos fortes deste ano será a exibição de algumas obras do modernista Le Corbusier. Referindo-se à correlação das obras clássicas e vanguardistas, Irina Antonova chama atenção para um aspecto seguinte.

Nos dias de hoje, o Museu Pushkin conta com mais de 670 mil obras de pintura, artes plásticas e gráficas, achados arqueológicos e moedas de coleções numismáticas. Foto: RIA Novasti
"Temos manifestado um interesse vivo pelo processo artístico em marcha na Rússia e no exterior. E nesse sentido, parece-me a mim que o Museu se destaca por uma característica especifica – evolui no compasso do tempo."

Deste modo, o Museu de Belas Artes entra no segundo século da sua existência caminhando a passo largo e se tornando cada vez mais aberto e acessível a todos, conforme sonhavam os seus fundadores. As amostras digitais vêm enchendo o espaço virtual, enquanto que as cópias reais de quadros e esculturas se preparam para preencher o espaço subterrâneo, devendo servir de revestimento para uma estação de metro em vias de construção ali perto. Ao que parece, dentro de cinco anos, o Museu transformar-se-á em uma área espaçosa a abranger algumas quintas vizinhas e a ocupar novas instalações super-modernas. Tal será o seu aspecto no início do século XXI.

Extraído do sítio Voz da Rússia

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