Para aqueles que apreciam a poesia e a cultura japonesa e nunca ouviram falar sobre o “Haiku”
O “Haiku” é um tipo de poema curto com 17 sílabas, divididos em três versos, não tem rima e nem título. E, tem como fonte de inspiração a natureza, mas não a humana, e sim as ações corriqueiras, consideradas banais. Geralmente usa-se como tema a estação do ano (kigo = palavra que representa uma das quatro estações: primavera, verão, outono e inverno).
Surgiu no século XV e XVI no Japão, com o nome de haikai-no-renga (atualmente chama-se renku ou haicai, em português). Inicialmente era um passatempo literário em que o poeta recitava um poema de três versos, respectivamente, 5-7-5-silabas, e era seguido por outro poeta que recitava 2 versos de 7-7 sílabas. Essa primeira parte do renku, chamava-se hokku, que deu origem ao haiku, como foi denominado pelo mestre Massaoka Shiki (1869-1902).
No Brasil há muitos grupos de haikaistas, mas temos como registro de chegada desta técnica em 1908, com os imigrantes japoneses, sendo que no começo o haicai era de domínio apenas dos estudiosos, hoje ele é divulgado entre os poetas e para o público em geral (Fonte: Guia da Cultura Japonesa, editora JBC, São Paulo, 2004).
Temos como exemplo, o haikai de Guilherme de Almeida, em “Os meus Haikais”, já com sua tradução (fonte: http://www.kakinet.com/caqui/brasil5.htm):
História de algumas vidas
Noite. Um silvo no ar,
Ninguém na estação. E o trem
passa sem parar.
Aru jinsei no koshiikata
Yoru. Kiteki no oto.
Mujin no eki.Kisha tsûka
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