13 de abril de 2012

BRASÍLIA PROMETE A MAIOR BIENAL DO LIVRO DA AMÉRICA LATINA - Daniela Guedes


Ideia é organizar um megaevento que mistura debates literários, shows de música, teatro e até seminário com participação de políticos.

Os brasileiros, em especial os brasilienses, terão muito que comemorar durante o aniversário da capital federal do País. Brasília, que neste ano completa 52 anos, em abril presenteia os visitantes e moradores da cidade com aquele que promete ser o maior evento literário das Américas, a I Bienal Brasil do Livro e da Leitura, que acontece de 14 a 23 de abril.

A ideia é organizar um megaevento que mistura debates literários, shows de música, teatro e até seminário com participação do ex-ministro José Dirceu, réu em ação no Supremo Tribunal Federal. Com todas as atrações tendo entrada franca, os organizadores (Secretaria de Cultura, Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal e ITS – Instituto Terceiro Setor) estimam um público recorde para todos os dias do evento: cerca de 500 mil pessoas, que irão ocupar uma área de quase 50 mil metros quadrados, divididos entre quatro pavilhões de exposição na Esplanada dos Ministérios.

O curioso é que mesmo com o fato de não ter o maior público para eventos do tipo no País, nem o maior espaço (São Paulo e Rio de Janeiro tiveram mais de 650 mil visitantes em suas feiras, com áreas maiores que 50 mil metros quadrados), os organizadores pretendem transformar a feira na maior do tipo na América Latina. “Aqui é a capital da Republica. Não teria lógica você fazer uma programação local e provinciana. É a bienal do Brasil”, disse o coordenador literário da feira, Luiz Fernando Emediato. “Queremos ser maiores e melhores do que qualquer feira de livro do Brasil. Acho que nossa programação é bastante superior do que a programação que eu já vi em outros eventos similares. No tamanho ainda não. É a primeira”, continua.

Para que se comprove a estimativa de público, a programação é recheada de atrações, que incluem palestras de escritores estrangeiros e shows de música em áreas próximas ao espaço da feira. A escolha dos músicos levou em consideração o fato destes cantores também serem escritores, como Caetano Veloso, Chico César, Oswaldo Montenegro, Nando Reis e Fernanda Takai. Ainda de acordo com os organizadores, o número de pessoas que irão aos shows não será computado no meio milhão de visitantes que devem passar pela feira.

Homenagem e convidados especiais – Diante de tantas atrações, um dos pontos altos será a homenagem que a produção do evento renderá ao autor nigeriano Wole Soyinka, Prêmio Nobel de Literatura em 1986 com livro, The Lion and the Jewel, que ainda não tinha uma obra traduzida e publicada no país.

De acordo com Luiz Fernando Emediato, o evento vai trabalhar a partir do tema “O poder transformador do livro e da leitura”, o que levará a Brasília 50 autores de todos os continentes. Entre os convidados, estarão escritores como os argentinos Samanta Schweblin, inédita no País, e o poeta Juan Gelman, além do nicaraguense Sérgio Ramírez e o chileno Antonio Skármeta.

A programação também terá dois seminários tidos como os mais representativos do evento: “A Literatura Africana Contemporânea”, que discutirá a produção literária africana, as transformações do continente, a tradição da produção literária portuguesa africana e as relações históricas estabelecidas entre o Brasil e Portugal. E o segundo, intitulado de “Krisis”, analisará durante cinco dias temas diversos como fé, fanatismo e conflitos políticos no mundo atual.

Para Emediato, a intenção é promover a discussão em torno das grandes questões mundiais. “Queremos sentir como esses historiadores, filósofos, editores e escritores se colocam diante de um mundo que vive uma crise antes não vivida: o crescimento da China, as questões econômicas dos Estados Unidos, a primavera árabe e muito mais. Discutir o seu papel num mundo em transformação”, explica o coordenador. Espaço também não faltará para render homenagens à obra do cartunista Ziraldo, em formato de exposição no Museu Nacional da República.

Autógrafos – Nomes consagrados autografarão seus trabalhos, como o homenageado Wole Soyinka, que autografará The Lion and the Jewel (Geração Editorial); o norte-americano Daniel Polansky, autor da trilogia Cidade das Sombras; o britânico Richard Bourne, autor da biografia Lula do Brasil; e o argentino Mempo Giardinelli, de Luna Caliente, entre outros. Também terão espaço para debates escritores, como a norte-americana Alice Walker, de A Cor Púrpura; e o chileno Antonio Skármeta, de O Carteiro e o Poeta. Entre os autores brasileiros convidados estão Milton Hatoum, Cristovão Tezza e Marçal Aquino.

Em tempo. O nome Bienal Brasil foi pensado justamente pela grandiosidade do evento. Os organizadores optaram por retirar o nome de Brasília do título para que não soasse como um evento apenas local. “É para sair da província”, declarou Hamilton Pereira, chefe da pasta cultural do Governo do Distrito Federal. Vale lembrar que, para o projeto, que faz parte do Plano do Livro e da Leitura do DF, foram destinados R$ 6 milhões, sendo que metade deste valor (R$ 3,36 milhões) deverá ser captada com empresas particulares por meio das leis de incentivo, como a Rouanet, além de patrocínios da iniciativa privada. É esperar para ver.

Local: Esplanada dos Ministérios
Quando: De 14/04/2012 a 23/04/2012
Preço: Entrada franca.

Extraído do sítio Brasil 247

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