9 de novembro de 2011

SÓ LECTRANDO O |B| DOS VINHOS - Nº 2


BUQUÊ (ou o francês BOUQUET) são as características aromáticas e gustativas dos vinhos, que se acentuam à medida que envelhecem. O buquê poderá ser apurado ou intensificado com a adição de preparados, com infusões de cascas, a quente ou a frio, juntados ao mosto. Não devem ser adicionados grandes volumes de infusões para evitar a diluição do mosto. Também chamado de aroma terciárioé a sensação olfativa que o vinho desenvolve depois de engarrafado e envelhecido. {1} 

No vinho, a diferença entre "bouquet" e aroma, é que chama-se normalmente de "bouquet" os aromas já evoluídos de um vinho. Eles são mais complexos, mais variados e ricos, aliás chama-se bouquet por isso. Portanto, não cometa a gafe de dizer bouquet para vinhos com menos de cinco ou dez anos, pois vinhos novos têm aroma e não bouquet. No bouquet costuma aparecer aromas de cravo, especiarias, aromas animais, etc. {2}

Os cheiros do vinho, de fato, nunca chegam a nós em grupo e mostrando a cara. É preciso agitar o vinho para forçá-los a sair, aspirá-lo com insistência. Deve-se aspirá-lo nos dois sentidos da palavra: absorver o seu cheiro respirando-o e tragá-lo aspirando-o entre os lábios. Então, as nuances finas se revelam. "O buquê deve se evaporar do copo um pouco como uma fumaça; de uma respiração à outra, distinguem-se as volutas." Foi essa impressão vaporosa que fez com que se falasse de cheiros flutuantes, móveis, animados, resplandecentes, vivos. A inercia da memoria impossibilita às vezes nomear os cheiros assim que são percebidos. É preciso repetir para identificá-los, voltar, desencadear evocações. Primeiramente, o cheiro perseguido fica confuso, subitamente, torna-se evidente e a definição se superpõe exatamente à sensação. É no momento em que é nomeado que os participantes, bruscamente, o sentem por si mesmos; bastou abrir-lhes o caminho.
A citação acima é um exemplo de literatura descrevendo o vinho, e foi tirada do livro "Le goût du Vin - Le Grand Livre de la Dègustation" de Émile Peynaud e Jacques Blouin. Uma leitura obrigatória para quem deseja compreender a profundidade e a sabedoria que podemos encontrar numa taça de vinho. {3}



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Foi a uva mais plantada na Argentina. A Genuina BONARDA Piemontese é, como o nome sugere, uma uva tinta (ou vermelha) do Piemonte, sendo atualmente rara lá. Especialistas divergem quanto a se a Bonarda argentino é realmente a Genuina Bonarda Piemontese, ou Bonarda Novarese (outra uva do Piemonte também conhecida como Uva Rara) - a confusão não é ajudado pelo fato de que existem várias outras variedades que são conhecidos como Bonarda. Instituto Nacional de Vitivinicultura da Argentina, no entanto, considera que a variedade não é Croatina, que é uma uva Lombardia também conhecida como Bonarda Oltrepo Pavese.

Seja o que for, Bonarda era até recentemente a variedade de uva mais plantada do vinho na Argentina. É só recentemente foi superado por Malbec na área cultivada. Apesar desta abundância, não tem sido tradicionalmente usada para produzir vinhos varietais - sendo usado em vez de produção em massa de vinhos de mesa - embora haja algumas exceções notáveis ​​e em circulação para este padrão. Na maioria dos vinhedos argentinos, Bonarda é uma das últimas uvas a serem colhidas.

Mas seguindo a linha de novas castas, a Argentina começou a refazer sua história com a Bonarda. Até que começaram a tratá-la com o devido respeito, desde o vinhedo até a garrafa. Hoje, nos seus melhores exemplares produz vinhos bastante tânicos, acidez média e encorpados. Muito usada para corte, diria eu que usada até demais, pois grande parte dos vinhos populares na Argentina são cortes de uma uva internacional, Merlot, Syrah, Cabernet com a Bonarda, penso eu a tal ponto que muitos se parecem.

Nos grandes exemplares produz um vinho muito parecido com o Tannat uruguaio, mas um pouco mais educado. Excelente companhia para um assado ou uma parrila.

Os vinhos Bonarda (na Argentina, Bonar) podem ser mais leve e frutado encorpado, cheio de sabores cereja e ameixa, com taninos leves e acidez moderada. No entanto, com frutas concentrados a partir de vinhas velhas, e especialmente quando carvalho envelhecido, Bonardas também pode ser frutado, grande, denso e tânico vinhos com cores profundas e características de figo e passas. {5}

Boas indicações são o corte da Susana Balbo, o Crios (Syrah/Bonarda), e o Del Golf. {4} 

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